Partilhas: Viagem existencial...

Outro dia um amigo querido me escreveu a seguinte frase: "Amigo, sempre filosofando ou quem sabe viajando no tempo...". De fato, faço os dois, "filosofo e viajo", mas o faço acrescido da fé. Não escrevo, pois, infelizmente não tenho este dom, não desenvolvi o talento e a arte da língua escrita, apenas "viajo" para dentro de mim e tento partilhar, traduzir os meus processos interiores. A surpresa é que a gente acaba se deparando com a "viagem" de outros corações. Não os vejo fora de si, alienados, desencarnados... Vejo vidas contextualizadas, vejo lágrimas e alegrias, mas vejo sobretudo o lapidar da esperança. Se "filosofo de verdade", isto me alegra porque a filosofia é inquietante, arranca-nos da sonolência do mesmismo interior e do que nos cerca. Aos poucos - como dizia o poeta Renato - vamos assimilando o que é Ética e o que é o Éter. Se filosofo, então penso como fazer isto na base da fé. Não quero simplesmente "entender", ou me mostrar sábio, mas o que quero mesmo é crer esperando. A fé é também uma viagem quando provoca partidas e chegadas, alegrias e crises. Ela faz um caminho de volta, de volta não ao ocaso da alma, mas ao nosso interior, à nossa própria consciência, ao nosso coração. Bem, desculpem-me minhas "viagens", minhas "filosofias". Apenas compreendo que uma partilha não é uma obra literária, mas uma das formas do coração viver a viagem da fé, "a viagem existencial". E a fé é um dom, e sua linguagem é a simplicidade.

Ant. Marcos 

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