Parece que as palavras voltaram...


Muitas vezes não consigo nada escrever, nem mesmo tentar traduzir o que se passa aqui dentro, pois faltam as palavras, as ideias não se juntam, o coração não consegue entrar em sintonia com a mente. Tudo parece ficar suspenso, tudo parece exigir apenas quietude. São processos de mutações necessárias, sobretudo quando vivemos um tempo em que os valores nos quais acreditamos são os primeiros a exigirem consonância de vida. Temos os nossos refúgios, tenho os meus também. As coisas parecem decifradas, mas apenas parecem. Eu descubro que a minha interação com a vida, com as ideias, com os fatos e as pessoas é o que conta como mais importante, afinal a gente não tem como descrever a experiência de uma arte ou de um lugar apenas imaginando. A vida pede participação, presença, compromisso, vínculos, simbioses... Aí, quando isto acontece, os dias mais desafiantes não parecem assustar porque estamos, mais que "juntos", na existência do outro. O amor e a amizade têm seus dias de silêncio, não de indiferença e de descompromisso do cultivo. Parece que as palavras voltaram, e voltaram provando a mim mesmo!

Ant. Marcos 

A gente vai aprendendo..., ou reaprendendo!


De fato, o meu formalismo muitas vezes engessa as ações, e os gestos carregados de sentido, cuidado, respeito, gentileza custam tão pouco e proporcionam tamanha alegria e satisfação nos outros. É a necessidade de reaprender os detalhes da convivência que fazem a diferença. Ainda tenho que superar o medo dos "maus amados", das pessoas mesquinhas, egoístas, visivelmente presas à inveja, à cobiça, subjugadas por uma baixa autoestima, escravas de suas sombras históricas, dadas à insatisfação de suas ausências e infelicidades. Mas, cá entre nós, ninguém pode deixar de viver e ser feliz pelo fato dos outros não desejarem viver de coração livre, dispostos a serem tragados pelo amor, pelo perdão, pela esperança. Meus formalismos, minhas sombras e medos, eles existem, mas minha vida é muito mais que isso. Minha vida é caminho e não às apalpadelas, muito menos na postura carrasca de me cobrar além do que posso dar. A gente vai aprendendo, ainda que tardio, que os detalhes fazem a diferença, que o amor é real, que a felicidade é muito mais do que velhos conceitos que temos impregnados em nós. A gente vai aprendendo..., ou reaprendendo!

Ant. Marcos